Dia Mundial de Combate ao Câncer
Movimento global lança desafio na data representativa para as principais medidas de prevenções e hábitos de vida mais saudáveis. Isso pode corresponder a uma proporção muito grande de situações que podem diminuir entre 30% e até 50% os casos novos de câncer anualmente.
O Dia Mundial de Combate ao Câncer é comemorado no dia de 4 de fevereiro, é uma iniciativa global organizada pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC) com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Criada em 2000, por meio da Carta de Paris contra o câncer, a data tem como objetivo aumentar a conscientização e a educação mundial sobre a doença, além de influenciar governos e indivíduos para que se mobilizem pelo controle do câncer evitando, assim, milhões de mortes a cada ano.

O câncer é o principal problema de saúde pública no mundo e já está entre as quatro principais causas de morte prematura (antes dos 70 anos de idade) na maioria dos países.
A incidência e a mortalidade por câncer vêm aumentando no mundo, em parte pelo envelhecimento, pelo crescimento populacional, como também pela mudança na distribuição e na prevalência dos fatores de risco de câncer, especialmente aos associados ao desenvolvimento socioeconômico.
Verifica-se uma transição dos principais tipos de câncer observados nos países em desenvolvimento, com um declínio dos tipos de câncer associados a infecções e o aumento daqueles associados à melhoria das condições socioeconômicas com a incorporação de hábitos e atitudes associados à urbanização (sedentarismo, alimentação inadequada, entre outros) (BRAY et al., 2018).
As principais medidas de prevenção, para que se adotem hábitos de vida mais saudáveis. Isso pode corresponder a uma proporção muito grande de situações que podem diminuir entre 30% e até 50% os casos novos de câncer anualmente.
Sobre o Câncer
Câncer é um termo genérico para um grande grupo de doenças que pode afetar qualquer parte do corpo. Outros termos utilizados são tumores malignos e neoplasias.
Uma característica que define o câncer é a rápida criação de células anormais que crescem além de seus limites habituais e podem invadir partes adjacentes do corpo e se espalhar para outros órgãos, processo referido como metástase. A metástase é a principal causa de morte por câncer.
O que causa Câncer?
O câncer surge da transformação de células normais em células tumorais em um processo de vários estágios, que geralmente progridem de uma lesão pré-cancerosa para tumores malignos. Essas mudanças são o resultado da interação entre os fatores genéticos de uma pessoa e três categorias de agentes externos, incluindo:
- Cancerígenos físicos, tais como radiação ultravioleta e ionizante;
- Substâncias químicas cancerígenas, como o amianto, componentes do fumo do tabaco, aflatoxina (um contaminante alimentar) e arsênio (um contaminante da água potável);
- Cancerígenos biológicos, tais como infecções por certos vírus, bactérias ou parasitos.
O envelhecimento é outro fator fundamental para o desenvolvimento do câncer. A incidência do câncer aumenta drasticamente com a idade, provavelmente devido a uma acumulação de riscos para cânceres específicos.
A acumulação do risco total é combinada com a tendência de que os mecanismos de reparação celular sejam menos eficazes à medida em que a pessoa envelhece.
O cenário Global
Infelizmente o câncer foi responsável por 9,6 milhões de mortes e 18 milhões de casos no mundo, em 2018, a nível global, uma em cada seis mortes são relacionadas à doença. Em 2019 os números continuaram Esses são os dados mais recentes da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).
A doença é a segunda causa principal de morte mundial. No Brasil, a projeção do Instituto Nacional de Câncer (INCA) é de que 625 mil casos novos de câncer por ano entre 2020 e 2022.
Câncer na América do Sul
Nas Américas, o câncer é a segunda principal causa de morte, onde estima-se que 4 milhões de pessoas foram diagnosticadas recentemente e 1,4 milhões de pessoas morreram da doença em 2020. Aproximadamente, 57% dos novos casos de câncer e 47% das mortes por câncer ocorreram em pessoas com 69 anos de idade ou menos, no auge de suas vidas.
Os tipos de câncer mais diagnosticados entre os homens são: próstata (21,7%), pulmão (8,9%), colorretal (7,8%), bexiga (4,5%) e melanoma de pele (3,4%). Entre as mulheres, os tipos de câncer com maior incidência são: mama (25,4%), pulmão (8,5%), colorretal (7,9%), tireóide (5%) e cervical (3,8%).
Os tipos de cânceres com maior mortalidade em homens são: pulmão (18%), próstata (11,1%), colorretal (9,4%), fígado (6,1%) e estômago (5,6%). Os cânceres que mais causam mortes entre as mulheres são: mama (13,2%), pulmão (12,3%), colorretal (7%), colo do útero (5,3%) e ovário (3,9%).
Cenário Nacional
A diretora-geral do INCA, Ana Cristina Pinho, também apresentou os principais marcos para o controle do câncer no Brasil nos últimos 20 anos, destacando a importância do Sistema Único de Saúde nessas conquistas: o sucesso do país na redução do tabagismo; o aumento da capacidade para realização de transplantes de medula óssea – o INCA bateu recorde em número de transplantes; a criação do Centro de Diagnóstico do Câncer de Próstata, que já avaliou mais de 3 mil pacientes, e a introdução da cirurgia robótica na rede pública.
Tendências Futuras do Câncer
Globalmente, houve cerca de 20 milhões de novos casos de câncer e 10 milhões de mortes por câncer. A carga do câncer aumentará em aproximadamente 60% nas próximas duas décadas, sobrecarregando ainda mais os sistemas de saúde, as pessoas e as comunidades.
A carga global prevista aumentará para cerca de 30 milhões de novos casos de câncer até 2040, com os maiores aumentos ocorrendo em países de baixa e média renda.
Na região das Américas, o número de pessoas com diagnóstico de câncer previsto aumentará em 55%, para aproximadamente 6,23 milhões de pessoas com diagnóstico de câncer previsto para 2040, se nenhuma ação adicional for tomada para prevenir e controlar o câncer.
Como reduzir a carga global de Câncer?
Entre 30% e 50% dos cânceres podem ser prevenidos. O câncer pode ser reduzido e controlado por meio da implementação de estratégias baseadas em evidências para a prevenção, a detecção precoce e o tratamento de pacientes com a doença. Muitos cânceres têm uma alta chance de cura se detectados precocemente e tratados adequadamente.
O câncer pode ser prevenido e controlado
O câncer pode ser prevenido e controlado através da implementação de estratégias baseadas em evidências para a prevenção do câncer, rastreamento e detecção precoce, tratamento e cuidados paliativos. Os fatores de risco modificáveis mais comuns para o câncer, que são compartilhados com muitas outras doenças não transmissíveis, são:
- Uso do tabaco
- Baixo consumo de frutas e vegetais
- Uso prejudicial de álcool
- Falta de atividade física
Alguns fatores de risco específicos para câncer incluem infecções crônicas do vírus do papiloma humano (HPV) – para câncer cervical -, hepatite B e C – para câncer de fígado – e H.pylori – para câncer de estômago.
Um terço a metade dos casos de câncer poderiam ser evitados com a redução da prevalência de fatores de risco conhecidos. Exemplos de intervenções acionáveis são o controle do tabaco e a vacinação contra o HPV.
A prevenção primária mais eficaz do câncer é baseada em abordagens de todo o governo, com legislação, regulamentação e políticas fiscais combinadas com atividades para mudar o comportamento da comunidade e do indivíduo. Mensagens de saúde pública e promoção da saúde devem apresentar evidências sobre fatores de risco específicos.
Fatores Protetores
A maioria dos casos de câncer (80%) está relacionada ao meio ambiente, no qual encontramos um grande número de fatores de risco. As mudanças provocadas no meio ambiente pelo próprio homem, os “hábitos” e o “estilo de vida” adotados pelas pessoas, podem determinar diferentes tipos de câncer. Como exemplo temos o tabagismo, o alcoolismo, os hábitos alimentares, hábitos sexuais, medicamentos, fatores ocupacionais entre outros.
Sem causar grandes transtornos em nossa rotina ou deixar de lado aquilo que gostamos de fazer ou comer, é possível reduzir os riscos de adoecer. O sucesso da prevenção de câncer se baseia na detecção precoce (prevenção secundária) e na mudança de hábitos pessoais, procurando eliminar fatores causais do câncer (prevenção primária).
No Brasil, os cânceres de maior incidência e em que os pacientes se beneficiam do diagnóstico precoce são: câncer de pele, de mama, de próstata, de estômago, de cólon e reto e de colo uterino.
O consumo de tabaco e de álcool, uma dieta pouco saudável e a inatividade física são os principais fatores de risco para o câncer em todo o mundo. São também os quatro fatores de risco para outras doenças não-transmissíveis.
Fatores protetores dos alimentos
Estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) evidenciam que uma dieta balanceada, desde à infância, à base de frutas, legumes e grãos integrais, por exemplo, pode prevenir metade das mortes por doenças cardiovasculares e 1/3 das causas por câncer.
A ingestão de alimentos processados e gordurosos, obesidade, sedentarismo, tabagismo e uso abusivo de álcool são responsáveis por aproximadamente 30% dos cânceres em países desenvolvidos.
Assim, a má alimentação, baseada, por exemplo, em alimentos industrializados e gordurosos, pode catalisar o risco de desenvolver câncer. Isso porque as substâncias desse tipo de alimento estimulam mutações de células formando os tumores.
O excesso de gordura corporal decorrente deste tipo de consumo pode provocar alterações hormonais que estimulam a proliferação de células e inibem a morte programada dessas células. Com isso, há maiores chances do surgimento de células cancerígenas.
Dicas na Alimentação
O American Institute for Cancer Research (AICR), um dos mais importantes institutos de pesquisa sobre o câncer dos Estados Unidos, recomenda que 2/3 do prato sejam preenchidos com alimentos considerados “anticâncer” ricos em fibras, vitaminas, minerais e antioxidantes, como grãos integrais, leguminosas, vegetais e muitas frutas, pois oferecem diversos benefícios à saúde das células e do organismo como um todo.
A sinergia de compostos que trabalham em conjunto no organismo para oferecer proteção para as células saudáveis contra o desenvolvimento do câncer. Há uma extensa lista de alimentos considerados “anticâncer”. Confira alguns e inclua em sua dieta diária.
- Frutas e vegetais: maça, uva, brócolis, couve, e outros vegetais folhosos verde-escuros ajudam na proteção para os cânceres de pulmão, cólon, mama, próstata, boca e estômago;
- Fibras: – arroz integral, abóbora, chia, aveia crua são protetores para o câncer do intestino grosso;
- Legumes e grãos: – tomate, feijões, ervilhas, lentilhas ajudam na prevenção do câncer de estômago e pâncreas.
Os alimentos açucarados, como refrigerantes, também devem ser evitados. Os refrigerantes, por exemplo, possuem uma substância chamada 4-MI (4-metil-imidazol), que é classificada como possivelmente cancerígena pela Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC), da OMS.
Importante frisar que não se deve atribuir a determinados alimentos o poder de cura de cânceres. Isto é um mito. Por outro lado, continua a ser verdadeira a premissa de que a alimentação saudável, composta por uma variedade de alimentos nutritivos, associada a bons hábitos, exercícios físicos, controle do estresse, hábitos preventivos, auxiliam na prevenção e no tratamento de câncer.
Referências
https://www.inca.gov.br/numeros-de-cancer
https://www.paho.org/en/campaigns/world-cancer-day-2021-i-am-and-i-will
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30207593/
https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(16)31679-8/fulltext
https://www.worldcancerday.org/sites/default/files/2018-09/The-Charter-of-Paris.pdf
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